quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O SAPO E O ESCRITOR

- Decidi ser um escritor, Rospo.
- Que boa novidade, Zé Coaxa!
- Já escrevi um conto, aqui está ele. Quer ler?
- Quero, jamais me recuso a ler um conto. Já corrigiu?
- Já. É o texto definitivo.
- Isso não existe!
- O que está dizendo, Rospo?
- Para um aspirante a escritor, o "definitivo" não existe.
- Entendo. Um texto sempre pode ser melhorado.
- Compreendeu ligeiro, meu amigo.
- A vida é ligeira. Foi bom ter compreendido ligeiro?
- Foi ótimo! Revela que tem sim o espírito de um autêntico escritor.
- Acha que eu chego lá?
- Claro. Ainda não li o seu conto. Mas, é só começar a escrever, apagar, escrever, apagar, escrever, apagar, escrever, apagar...
- Todo sapo pode ser um escritor?
- Vou contar um segredo. A literatura nasce da vida. Ou melhor dizendo: Na vida , tudo pode ser literatura.


MARCIANO VASQUES

Histórias do Rospo 2010 - 27

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