terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

UMA HISTORIA NADA IMAGINÁRIA

- Um dia o Sapo Cifrão observou a alegria natural do povo do brejo no carnaval.
- "Isso pode ser transformado em dinheiro!" - Pensou.
- "Que tal pagarem ingresso para assistirem ao carnaval da arquibancada?"- Foi a primeira ideia que teve.  E mandou construir um Sapódromo.
Depois de um tempo, resolveu elitizar o samba. Só podia concorrer com Samba- Enredo quem tivesse um bom dinheiro.
Aos poucos o Sapo Cifrão foi se apropriando e tomando conta do carnaval.
E o povo do brejo, outrora tão brejeiro, que "era feliz e não sabia", ficou "a ver navios", aplaudindo aquilo que num dia já distante fora dele.
Gostou da história, Sapinho?
- Preferiria que ela fosse apenas fruto da imaginação, tio Rospo.

MARCIANO VASQUES
História do Rospo 2010 - 40

SAPO FORA DO RITMO



- Sapabela! Que saudades! Faz tempo não a encontro.
- Desde ontem.
- Pois é.
- E então? Alguma novidade?
- O carnaval acabou.
- Já notei.
- Terminou aquela obrigação de ser feliz. Nem a alegria deveria ser oficial, com data marcada.
- Você está exagerando, meu amigo.
- Sempre estamos exagerando quando dizemos algo fora do ritmo, do tom.
- Quando não dançamos conforme a música...
- Isso mesmo, Sapa. A nossa vida é orquestrada. E às vezes devemos ser diferentes. Uma atitude diferente pode ser essencial.
- Andou lendo Nietzsche?
- Andei conversando com ele.
- Com Nietzsche?
- Não! Com o Rospo.
- Com você mesmo?
- Exato.
- Rospo, você é um fiapo de luz que ilumina o brejo.
- Você está exagerando, minha amiga.

MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo 2010 - 39

EU ESTOU LÁ!


Sou a Celina!


Eu estou em CASA AZUL DA LITERATURA INFANTIL!

O GRANDE INVENTOR

- Sapabela!
- Rospo! Como vai?
- Muito bem. Apresento a você um grande inventor.
- Um inventor? Onde? Não estou vendo.
- Aqui, Sapa. Sou eu!
- Você é um inventor, Rospo?
- Faz tempo.
- E qual é o seu invento?
- Eu.
- Você inventou você?
- A cada dia, Sapabela. Todos os dias, a cada nova manhã.
- Impressionante!
- Nunca ouviu falar que devemos nos reinventar?
- Sim, devemos rever os nossos hábitos, dar uma chacoalhada em nossos conceitos, em nossas ideias, e cultivar os nossos sonhos...
- É exatamente isso. A invenção do Eu nos torna um grande inventor.

MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo 2010 - 38

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O BLOGUEIRO 11

CRONO

CRONO
   

Crono enfrenta o pai Urano
CRONO


Filho de Géia no mundo astral, o titã Crono ficou contra o próprio pai, Urano, para auxiliar a mãe.

Ele odiava o pai desde o dia em que descobriu que a mãe era maltratada.

Urano, implacável, aprisionou os filhos no ventre de Géia e o sofrimento se instalou no coração da mulher quando os viu  encerrados nas profundezas da Terra, o seu corpo físico.

Implorou a Urano para que libertasse seus filhos, para que da luz pudessem participar.

- Eu não os quero para sempre em minhas entranhas. Eu os quero na natureza, participando da vida. Eu os quero lutando, correndo, gozando luz, eu os quero vivos, porém fora do meu ventre.

O irônico Urano respondeu que ela sempre quisera vida pulsando em suas entranhas, portanto, que não reclamasse, e a mãe de Crono, nascida da divisão de Nix, chorou, umedecendo a Terra.

A mulher que nasceu porque havia Luz, estava chorando e seu pranto escorrendo sobre os vales, feito fiapos de dor.

Urano, incompreensível, vagava etéreo em sua forma infinita que se expandia em azul.

Senhor do firmamento, aquele que odiava os filhos, por isso os encerrava no corpo da mãe, mas os filhos imploravam vingança, e Urano não podia imaginar que um deles o enfrentaria.

Sabia que os filhos o temiam, porém não sabia que um não aprendera a sentir medo.

- Estarei sempre ao seu lado, mãe! – ao pronunciar essas palavras, Crono afirmou-se como o senhor do tempo, pois só ele, o tempo, traz em seu bojo a solução para os conflitos e o sofrimento.

Já era assim desde a geração de Géia pelo Caos, talvez por ela trazer em seu ventre a inscrição da possibilidade de gerar Crono...

Ao ouvir as palavras do filho mais jovem, a mãe de todos os seres chorou.

O casal primordial não podia prever a tragédia que se aproximava.

O jovem Crono estava preparado para criar uma nova ordem na natureza.

A mãe abraçou-o forte.

Um dia ela se tornou submissa e se entregou ao amante, mas o sofrimento medrou em sua face, e o filho não suportou isso.

Parou diante da mãe, olhou a sua face, e assumiu a dor do que iria fazer, mas se abraçou também fortemente ao ódio que sentia pelo injusto Urano.

Olhou para o alto e murmurou: - “Não mais fecundarás!”

Urano continuava com o seu insaciável desejo de fecundação, sua voracidade sem limite, sua capacidade infinita de fecundar, sua proliferação extremada que causava destruição por causa do excesso, enquanto Géia, sentindo - se um poço de depósito do prazer desvairado e egoísta, olhava com tristeza para as  escuras profundezas do seu ventre transformado em Tártaro, e seu desespero aumentava pela impossibilidade de dar à luz aos filhos aprisionados pela estupidez de Urano.

Que sofrimento maior podia nascer em seu coração que a consciência de que não podia dar à luz, não podia oferecê-la aos filhos por causa da intransigência masculina de Urano, tão imensa quanto o seu fecundo poder?

Talvez o sofrimento de ser usada.

Escorria pelos montes e vales a sua consciência.

Desde o começo, a consciência quando brota altera tudo. 
Géia encharcada de dor e desgosto queria que seu corpo se transformasse em algo além da coisa que satisfazia Urano. Não havia mais sentido naquele relacionamento.

Se antes se entregara com prazer, passou a odiar uma procriação sem sentido, buscava algo e sentia-se preparada para lutar.

Como fazia diariamente, Urano viria fecundar Géia, porém suas secreções teriam fim.

A mãe forneceu uma foice ao filho e ele, num preciso gesto, cortou os testículos do pai.

Quando Urano chegou, Crono esperou escondido que ele iniciasse o ato e assim que seu membro penetrou em Géia, antes que ejaculasse cortou-lhe os testículos.

O filho castrou o pai.

-  Agora você é o senhor do céu!
– disse a mãe - Case-se com Réia, ela o ama.

Encerrada a fecundação incessante, Géia esboçou o primeiro sorriso.

Com o término do relacionamento entre Géia e Urano, o titã ordenou o mundo, separando o céu da Terra.

O insaciável, que a tudo devora, casou-se com a irmã Réia e com ela teve filhos.

Por causa de uma profecia, passou a devorá-los.

Cada filho que nascia, era por ele devorado. Trágico destino, por ódio castrou o pai, por medo de ser destronado, devorava os filhos.

E assim fez com todos, menos um, Zeus.

Enganado por Réia, engoliu uma pedra embrulhada no lugar do recém-nascido.

Os testículos de Urano foram jogados no oceano. Decepados, flutuaram sobre as águas.

Das espumas ensangüentadas nasceu Afrodite. 

Afrodite, de Sandro Botticelli

A deusa do amor surge esplendorosa nas águas vermelhas do oceano.

Termina, com o seu nascimento a era da fecundação estéril, sem limite.

A visão de Afrodite emergindo das espumas e caminhando sobre as águas, brotando das sementes de Urano, para estabelecer e espalhar o amor no mundo, agitou os mares, que em gigantescas ondas saudaram a nova deusa.

A mais bela jovem nascida do esperma do deus derrotado ergueu os braços para o céu, que imediatamente trovejou.

A voz poderosa de Urano, estremecida, anunciou a chegada da deusa.

- Esta é Afrodite, filha da minha dor! É a deusa do amor, nascida do meu sangue, deixo-a como um presente para o mundo.

Como nasceu dos testículos de Urano, não poderia evitar, como deusa, que com o amor também viessem às vezes a dor e o sofrimento, mas quando a humanidade surgisse, em cada coração humano estaria sempre a condição de evitar o sofrimento.

Afrodite subiu aos céus. O oceano se acalmou.

Géia, paralisada pelo espanto, via das águas agitadas e do rodamoinho de espumas o surgimento da deusa.

Das gotas de sangue de Urano sobre o corpo físico de Géia, nasceram as três misteriosas Erínias. Os deuses, buscando um eufemismo, passaram a chamá-las de Eumênides e também apelidaram-nas de “Cães de Hades”. Chamando-as de benfeitoras procuravam dissipar o temor que elas causavam.

Guardiãs da lei, agiam com fúria na implantação de suas vinganças e com rigor nos castigos.

As três Erínias: Alecto, Megera e Tisífone, tudo faziam para enlouquecer as suas vítimas, e espalhavam tragédias e epidemias, colocando freqüentemente com seus caprichos vingativos a natureza em fúria.Zeus, Museu Pio Clementino, Roma
Zeus, o filho sobrevivente de Crono, um dia reapareceu e destronou o próprio pai, enviando-o a seguir para o Tártaro. Porém Crono fugiu e foi viver entre os mortais na Itália, então chamada de Ausônia.

Lá reinou com o nome de Saturno, nome tomado de um antigo deus da região, e instaurou a “era do ouro”.

Em sua homenagem foram instituídas as Saturnálias.

Com esse novo reinado, Crono garantiu, além da prosperidade nas colheitas, a paz, a justiça e a igualdade entre os mortais.

O novo deus itálico passou a receber dos humanos, oferendas. Agradecidos com as prósperas colheitas, todos faziam questão de presenteá-lo.

Para comemorarem a generosidade do deus, que se manifestava na semeadura e na fertilidade do solo, os mortais realizavam banquetes e dançavam.

Surgia o costume de trocaram entre si presentes, como uma forma de homenagear o reaparecimento do deus.

Em cada dezembro, a alegria e a paz invadiam os corações e o deus ficava satisfeito, retribuindo anualmente com valiosas colheitas e hospedando a harmonia em cada alma.

E assim reinou Crono, que transformado em Saturno, deixou de ser o devorador e passou a ser o deus agrícola, trazendo fartura aos mortais.

Seu reinado continuou durante séculos e a troca de presentes inspirou outros povos.


Recontado por MARCIANO VASQUES

Imagens em RIOTOTAL

    
 

NO PASSEIO MATINAL

Aos domingos, Sapos também passeiam na cidade:
— Sapabela! Veja as flores no peitoril do terraço.
— Lindas, Rospo! Amarelas e lindas! Por isso adoro esses passeios matinais...
—  Olhe, Sapabela! Uma casa azul!
— Veja aquela, Rospo! É Rosa. Podia ser a Casa Rosa da Sapabela.
— Observe aquela árvore, na calçada. Veja como está bem cuidada.
—  São coisas que eu gosto, Rospo.
 — Veja aquela casa! As paredes são verde-claro, e a janela com um suave lilás, um lilás tímido, acanhado, e ao mesmo tempo deslumbrante!
— Por que está me mostrando tudo isso, Rospo?
— São impressões da alma, que as pessoas tornam visíveis.
— É?
— Pessoas que eu gostaria muito de conhecer.

MARCIANO VASQUES

Histórias do Rospo 2010 - 37

sábado, 20 de fevereiro de 2010

NO AR NOVA PALAVRA FIANDEIRA

NOVA EDIÇÃO DE PALAVRA FIANDEIRA
ENTREVISTA MARIA GARCIA - COLÔMBIA
Imperdível! Leia AQUI

ENTARDECER INVERNAL

ENTARDECER INVERNAL

ENTARDECER INVERNAL - Jardim do Rio - Almada
Autor: JOSÉ FIGUEIRA
Fotografia: José Figueira - Almada/ Portugal
"Fotografar é procurar a beleza e a intemporalidade de um momento" - José Figueira

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

FONTE BAIRRO DOS PESCADORES

FONTE  BAIRRO DOS PESCADORES

Autor: Luís Miguel  Inês - Oeiras - Portugal
Fonte existente no Bairro dos Pescadores, que fica na Ponte do Reguengo.
[Azambuja, Cartaxo, Portugal]
 Foto: Luís Miguel Inês

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

ROSA DE TODOS OS TEMPOS



Os renomados intelectuais Cleusa Rios Passos, professora de Literatura, e Heitor Megalle, professor de Filologia, comentam características da obra do escritor João Guimarães Rosa.
Trecho do programa Refletor, produção da TV Unicsul.
Título: Rosa de Todos os Tempos.
Exibido pelo Canal Universitário de São Paulo em 2004.
Entrevista com Cleusa Rios Passos realizada pelo jornalista Valmir Santos.
Entrevista com Heitor Megalle realizada pelo jornalista Danilo Vasques.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

RÁDIO BRASIL CASUAL

Com direção geral de Emerson Maciel, está no ar a Rádio Web RÁDIO BRASIL CASUAL.
A primeira Rádio Web de Laranjeiras, em Sergipe. Quer ouvir? Quer conhecer?
Clique AQUI.
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O rádio encantou gerações e hoje está aqui, na Internet, espalhando músicas, novidades e alegrias aos corações.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

MITOLOGIA - 1

A FILHA DE DEMÉTER


Quando, num dia de sol vermelho cobrindo as paisagens do mundo, Cronos e Réia tiveram o filho, não puderam imaginar o seu estranho destino. Na hora do parto, as plantas se agitaram, insetos fremiram as antenas, a vegetação perturbou-se, animais enlouqueceram inexplicavelmente, e nas águas dos rios os minerais reluziram, adquirindo extraordinário brilho.
Quando o pai ergue o bebê, anuncia, como que predizendo o futuro:
- Você dividirá com seus irmãos o universo!
E assim quis o tempo.
Zeus tornou-se o senhor dos ares, Poisedon dominou os mares e ao recém-nascido foi reservado o mundo subterrâneo. A partilha foi feita após uma impressionante batalha entre os titãs.
Dominando o mundo subterrâneo, Hades foi também o senhor dos metais, por isso passou a ser adorado e cultuado por muitos poderosos da Terra. O seu coração não era maligno, mas era impiedoso, e o seu julgamento, implacável e temido pelos vivos. Seu nome passou a ser impronunciável pela maioria das pessoas devido ao fabuloso medo que inspirava em todos, inclusive entre os poucos adoradores. Seu reino subterrâneo passou a ser chamado pelo seu próprio nome,  e por alguns foi chamado de Plutão, devido a crença generalizada num suposta riqueza e também como uma das inúmeras tentativas de evitar a sua fúria.
Hades dividiu o seu reino em duas partes subterrâneas: o Érebo, local de purificação das almas, onde instalou o seu maravilhoso tribunal; e o Tártaro, a prisão eterna dos condenados. Os absolvidos no tribunal de Hades, após passarem pelo período de provação em Érebo, eram levados aos Campos Elísios, lugar de bem-aventurança e felicidade, que ficava próximo ao monte Olimpo. As irrecuperáveis, iam para as profundas trevas do Tártaro.
Após a morte, Hermes libertava a alma do corpo e esta enfrentava um pré-julgamento. Depois era levada num rio sinistro pelo terrível barqueiro Caronte (considerado também um carniceiro mercantilista) para o mundo dos mortos. Ele a levava até Radamanto, oficial de Hades que encaminhava a alma, após o julgamento no tribunal presidido pelo Senhor da escuridão e das labaredas, para um dos três níveis do reino.
No Tártaro, Hades, dotado do poder da invisibilidade, inspecionava as almas que afundavam no charco negro pedindo clemência e perdão enquanto eram atormentadas pelos demônios auxiliares do grande senhor, que impunham suplícios. No Érebo, as almas vagavam tateando em busca de luz, banhadas internamente pela esperança de que alcançariam o direito de serem levadas aos Campos Elísios.
As profundezas do reino de Hades eram cortadas pelo rio do esquecimento, no qual todas as almas eram banhadas ao chegarem, para esquecerem do mundo exterior. Entre os vivos corria uma crença: Caronte cobraria pelo transporte das almas e por isso todos eram enterrados com uma moeda dentro da boca.
Nos Campos Elísios as almas se preparavam para o renascimento, mas, todos comiam a semente de romã, que tinha a propriedade de fazer as almas retornarem ao mundo de Hades, caso não se fizessem merecedoras do renascimento ou por uma vontade qualquer do senhor dos infernos.
Para que reinasse absoluto, Hades contava com o auxilio das Erínias (as fúrias), três deusas negras e aladas, que puniam quem fosse cometido pela híbrys. As Harpias atraiam os homens aos vícios. As moiras, que personificavam os destinos impossíveis, ao lado das Harpias e das Erínias abasteciam diariamente o hades com novas almas. Para satisfação de Hades, não houve um só dia que não chegassem levas de almas trazidas pelo horrível barqueiro.
Em algum lugar na escuridão estava localizado o palácio de Hades, e nele, solitariamente sofria o poderoso senhor dos infernos, pois, com tanto poder e tanto domínio sobre as almas e os frutos minerais da terra, não foi capaz de impedir que a solidão invadisse o seu coração e nele se instalasse.
Do seu mundo subterrâneo, observava freqüentemente no mundo da superfície uma linda moça que corria pelos verdes campos e colhia flores de todas as cores. A paixão gradativamente foi ocupando os espaços do seu estranho e atemorizante coração. E com ela viria o seu capricho.
A deusa da semeadura e da colheita, aquela que decide a escassez e a fartura dos trigais, deusa da fertilidade, a mãe da terra, filha de Cronos e de Réia, e irmã de Zeus, Hades e de Poisedon, orgulhosa e feliz, olha a filha Core, que, como faz diariamente, a cada manhã, colhe flores silvestres para enfeitar o templo de adoração em Eleusis, no qual as duas são adoradas pelo povo.
Que felicidade maior pode haver no coração de uma mãe do que ver a sua filha colhendo as flores do campo? E com a felicidade no coração de Demeter, a terra é farta: o verde viceja, os frutos se revigoram, há abundância e a vida verdejante se instala no ventre da terra.
Certa manhã, corre a moça pelo campo, colhendo flores, feliz, sem imaginar que está sendo observada atrás de uma árvore por Hades, que pela primeira vez sobe com a sua carruagem ao mundo da superfície. A carruagem de Hades permanece oculta entre rochas, enquanto ele, audacioso, observa a jovem virgem colhendo as flores. Hades, solitário em seu mundo, se apaixona por alguém da superfície e, mesmo sabendo que a moça dos campos é a sua sobrinha, a filha da colheita, a filha de Deméter, resolve levá-la, e de tocaia, se prepara covardemente para arrastá-la ao seu obscuro mundo.
Core, sem saber do perigo que corre, continua o seu passeio matinal pelos jardins naturais do campo. Se soubesse, talvez invocasse o triste destino de algumas mulheres e fugisse do seu raptor. Após espionar a moça durante toda a manhã, investe contra ela, que, tomada de surpresa, não consegue fugir e se desgarrar do seu carrasco. O poderoso e traiçoeiro deus leva à força a sobrinha para a carruagem e parte em velocidade.
Os cavalos vermelhos como fogo, correm como ventos alucinados. Repentinamente, uma fenda se abre no chão e a carruagem desaparece, tragada pela terra. Os inúteis e desesperados gritos da moça não alteram a decisão injusta de Hades. Ao anoitecer, Deméter, preocupada com a ausência da filha, vai ao campo procurar por ela. Encontra dois camponeses, que relatam ter visto a carruagem em alta velocidade. Pela descrição dos camponeses, logo compreende.
Cai no desespero, pois sabe que somente Hades poderia ser o portador de um gesto tão brutal, de uma violência assim, sem sentido. Mas o sentido está no desejo do deus. Verdes emudecem diante da sua tristeza, e Deméter decide se vingar.
Nada se compara à cólera de uma deusa ferida, e a mãe descarrega a sua mágoa na terra, que até então se mantivera produtiva, em sintonia com a felicidade da deusa. A tristeza e a dor de Deméter logo se verifica nos galhos secos, nas sementes mortas, nas raízes apodrecidas, na seiva que seca, na clorofila que se ausenta. Sua tristeza, e a infinita dor pela perda da filha, se espalham pelo campo, desertificando-o. Nada mais floresce.
A vida vegetal definha. Algas morrem, cogumelos murcham, liquens desaparecem, musgos e arbustos agonizam, todas as flores morrem, azaléias, prímulas, nenhuma inflorescência resiste às lágrimas de Deméter, tudo se vai: girassol, flor-de-lís, dália, margaridas, gardênias...
Não há mais flores no campo! E também todos os aromas da fertilidade terrestre desaparecem em todos os lugares: o manjericão, o alecrim, a hortelã, a sálvia. O campo, sem as cores do acanto, sem a generosidade colorida da érica, sem a delicadeza do crisântemo, se aproxima do espectral deserto.
Povos clamam pelas videiras, pelo retorno do amarelo da flor de arruda, pelo rosa da flor de malva, pelo vermelho da papoula, pelo lilás da violeta, pelo odor do louro, da cânfora, pelas ervas, pelo coentro, pela erva-doce.
A fome procura desesperadamente, pelos campos e hortas secas e abandonadas, a acelga, o couve, o repolho, a chicória, o aipo... Nos mais distantes e diversos lugares da Terra, povos choram a ausência das leguminosas: o grão de bico, o amendoim, as ervilhas, as lentilhas. Prantos pelas faces escorrem.
O mundo sem vagens, sem lírios, sem colmos e sem raízes, é um mundo estéril, vazio, pronto para a morte e para o deserto. Vozes clamam pelo androceu, por orquídeas, pelo narciso, pela polinização, pelos frutos, pela framboesa, pelo figo, pela maçã, pela amora, pela tangerina, pelo damasco.
Não há mais os saltos dos anterozóides após a chuva. Mas é tudo inútil.
Enlouquecida de dor, a pobre mãe sai vagando pelos campos e proíbe o crescimento das plantas, dos trigais, das flores e do mato. A escassez parece definitiva, a fome ameaça todos os mortais. Em todas as moradas erguem-se lamentos de dor. A humanidade sofre com Deméter. A fome enlouquece os homens. As crianças são as primeiras a morrer, as pestes se alastram. O deserto vai pouco a pouco se impondo. A tragédia se abate sobre a natureza. Os prantos dos velhos e dos moços formam uma correnteza de gemidos e ais, que chegam ao monte Olimpo.
Zeus, ao ouvir os gemidos que o vento trouxera, interrompe o seu manjar. Preocupado com a situação dos campos, o sofrimento e a fome dos humanos e a devastação causada pela dor implacável de Deméter, o pai dos deuses tenta por todas as formas acalmar o coração da deusa e implora através de seus mensageiros que ela, embora sofrida, promova o renascimento da vegetação.
Mas Deméter nada ouve. A dor de uma mãe não cabe no mundo. Seus olhos estão encharcados de lágrimas permanentes. Suas lágrimas não se transformam em rios fertilizantes, mas queimam dentro de sua alma violentada.
No auge da aflição, Zeus ordena à Hades que liberte a filha de Deméter, pois a dor e o sofrimento estão estabelecidos e Zeus não quer isso. Se Core não retornar ao mundo da superfície, o deserto tomará conta de toda a terra e a vida desaparecerá. E o deserto da terra simbolizará a paisagem do coração de Deméter. Isso está em desarmonia com a vontade dos deuses.
No inferno, Hades transforma Cora em sua esposa e entre gemidos e dores, ela, ao ser transformada em mulher, recebe do raptor seu novo nome.
- Você agora se chamará Perséfone, e será a rainha do meu reino.
Pede aos demônios que lhe tragam as suas novas vestes.
Core, agora Perséfone, veste um longo vestido vermelho, de um tecido indestrutível, e uma capa dourada, simbolizando, segundo Hades, os metais da terra.
Ela chora inutilmente.
Olha para o lugar tão medonho, para os corredores escuros, para as assombrosas grutas, para o lodaçal e vê, entre martírio e sofrimento, as almas condenadas vagando. Diante dessa paisagem terrível, contempla o seu triste destino.
Hermes chega ao reino de Hades, depois de passar pelo cão chamado Cérbero, guardião da entrada do inferno, e lhe comunica a vontade de Zeus.
Hades, contrariado, pede a Hermes que diga a Zeus que concorda. Realmente Hades cede, mas antes que Perséfone parta, pede-lhe que coma sete sementes de romã. O que a jovem mulher inocentemente faz.
Zeus, no mundo da superfície, diz a Deméter que sua filha retornará, porém se não tiver comido nenhum alimento do mundo dos mortos.
O Coração de Deméter, após tanto tempo de angústias se alastra de esperanças. Um sorriso ameaça brotar em seu rosto. No hades, antes da partida da carruagem, Hades comenta com Perséfone:
- Você é infeliz aqui. Vou devolvê-la para a sua mãe.
Perséfone retorna ao mundo dos vivos.
Quando chega em Eleusis, na carruagem conduzida por Hades, sua mãe corre ao seu encontro. Mas a pobre comera as sementes da romã, por isso o cocheiro sorri triunfante.
Deméter chora sem controle ao abraçar novamente a filha querida. Mas, quando Hades lhe conta sobe as sementes, ela cai no desespero e entre gritos soluça:
- Minha filha! Minha filha! Nunca mais serei feliz! Então, a terra será para sempre estéril, o inverno descerá sobre o solo definitivamente. Deserto, venha! Esta é a minha vontade!
Mas, para Zeus é insuportável a dor da inconsolável Deméter e, habilidoso conciliador, propõe uma alternativa: durante um quarto do ano a filha de Deméter será Perséfone e viverá ao lado de Hades no inferno. O resto do ano, ficará com sua mãe, na terra, e será Core.
Hades, aborrecido, quer discutir, mas aprendeu a não contrariar Zeus, pois é impensável um confronto com seu irmão. E a decisão é acatada.
Nos dias em que a moça está ao lado da mãe, a vegetação floresce, as flores desabrocham e a primavera ressurge. Não falta alimento ao povo e as colheitas são abundantes.
Deméter, como nos velhos tempos, acompanha Core ao campo para a colheita das flores silvestres. A alegria renasce em corações felizes. Depois chega o verão e o Sol abraça majestosamente a verdejante beleza do solo. A vida retorna com toda a sua graciosidade.
No outono, Deméter começa a entristecer, pois se aproxima o tempo da partida da filha amada. As folhas começam a cair ao solo e a natureza se prepara inconformada para receber o inverno agreste.
No inverno, quando a filha retorna para Hades, transformada novamente em Perséfone, Deméter, ressentida, amaldiçoa o solo e nenhuma planta frutifica.
A terra volta a secar, a escassez retorna. Porém os povos resistem com resignação e coragem. Sabem que Perséfone retornará e com ela, a primavera.
 


  RECONTADO POR MARCIANO VASQUES

Imagens: RioTotal

O SAPO E A MAÇÃ



- Rospo! Maçã é para ser comida.
- Sei disso, Sapabela.
- Mas fica o tempo todo apreciando a apetitosa, só contemplando...
- Estou a pensar no quanto ela é importante.
- Sei que adora fuçar a vida, meu amigo, mas toda fruta é benéfica para a saúde...
- Não é isso o que estou a pensar...
- Não?
- Na antiguidade, ela foi associada ao pecado original.
- Que influência teve no mundo através dos tempos tal pensamento, não é? Como as mulheres, principalmente elas, sofreram...
- Pois é, Sapabela...
- Mas, fale da maçã...
- Ela foi resgatada...
- Ela quem?
- A própria.
- Diga.
- Newton.
- Entendi. Ao observar a queda de uma maçã, ele formulou a lei da gravidade...
- Eis uma queda interessante.
- Realmente. Finalmente ela foi reabilitada
- É uma fruta participante da história.
- Mas, que tal comê-la, Rospo?
- Boa ideia! Quer dar a primeira mordida, Sapabela?

MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo 2010 - 36

ROSPO E OS APELIDOS

- Rospo! Gostas de apelidos?
- Depende, Sapabela.
- Não vale depender, Rospo. Quem depende muito acaba depenado.
- Que espirituosa, Sapabela! Mas, quero explicar o meu ponto de vista.
- Sim?
- Tem apelidos carinhos e importantes.
- Exemplos, por favor.
- Um cantor chamado "Rei", outro "Bola de Neve", uma cantora chamada "Piaf", que significa "Pardal"...
E tem os degradantes.
- Exemplos, por favor.
- São os que humilham, como gordo, barriga, piolho, e outros tantos... Gostas de apelidos, Sapabela?
- Não, ou melhor, depende.

MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo 2010 - 35

O CIO DA TERRA


PENA BRANCA E XAVANTINHO

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A TRISTEZA DO ROSPO

- O que houve, Rospo? Estás tão triste...
- Conheci um artista pessoalmente.
- E isso não é bom, Rospo?
- Ele é arrogante, Sapabela.
- É um músico? Um ator?
- É um cartunista. Seus desenhos criticavam a ditadura, e combatiam o militarismo. Usava a sua arte e o seu humor na luta pela liberdade.
- Que trabalho bonito!
- Mas, pessoalmente...
- Não deves ficar triste, Rospo. A arte precisa ser preservada e você conhecerá outros artistas. Nem todos são arrogantes. Alguns são amáveis e simples.
- Amiga, às vezes sinto que preciso apenas de um " Olhar- Sapabela".

MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo 2010 - 34



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

FELICIDADE



PENA BRANCA E XAVANTINHO

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O NASCIMENTO DA SAPABELA

- Seja bem - vinda, Sapabela!
- Er...Obrigado, Rospo.
- Este é o nosso planeta. Veja como é belo!
- É de fato belo.
- Observe as flores, os peixes... Tem a chuva, o vento, a clorofila...
- Eu sei, Rospo.
- Tem as estrelas, as nuvens. Os pássaros, os pirilampos...
- Rospo, eu sei disso tudo!
- Repare nas montanhas,  olhe os rios.
- Já conheço tudo isso, Rospo! Está delirando?
- Sapabela, estou apresentando a você o nosso mundo.
- Percebi, Rospo, mas por que faz isso?
- Você tem que nascer a cada dia, Sapa.
- Concordo.
- E a cada novo nascimento, o olhar vai se aperfeiçoando.
- Grande Rospo... Belo mundo...

MARCIANO VASQUES
História do Rospo 2010 - 33

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

C.A.L.I

C.A.L.I
CASA AZUL DA LITERATURA INFANTIL
Para Educadores e Estudantes, recheado de literatura infantil.
Próxima atração: LA GALLINA COLORADA/
                  A GALINHA RUIVA

domingo, 7 de fevereiro de 2010

NOVA PALAVRA FIANDEIRA

Está no ar a nova edição de PALAVRA FIANDEIRA!


ENTREVISTA HISTÓRICA COM JAMELÃO
Não Perca! Para ler, clique AQUI

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O BLOGUEIRO - 10

O BLOGUEIRO - 10
Argumento: Marciano Vasques
Arte: Danilo Marques

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

CASA AZUL DA LITERATURA INFANTIL

CHEGOU CASA AZUL DA LITERATURA INFANTIL!

Já está no ar CASA AZUL DA LITERATURA INFANTIL!
O blog da criança. Histórias infantis, livros, música, parlendas, contos clássicos, novidades. Um blog totalmente voltado para o público infantil.
Quer conhecer? Veja AQUI.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

AS OBVIEDADES E O SAPO

- Rospo! Por que algumas obviedades precisam ser escritas?
- Dê um exemplo, Sapabela.
- Alguns avisos nas tabuletas, como "Não pise na grama!" . Qualquer um deveria saber que não se pode pisar na grama.
- Pois é, deveria. Dê outro exemplo.
- "Antes de entrar no metrô, deixe os passageiros sairem".
- Naturalmente óbvio.
- Mas, por que o aviso?
- Ora, Sapa! A Educação é como trabalho de formiga. Nunca acaba.

MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo 2010 - 32

TEM MOCHILA INCOMPLETA?

- Rospo! Por que tem tantas teorias, tantos métodos, tantas didáticas, tantas propostas, tantos experimentos, tantos projetos acadêmicos na Educação Infantil?
- Essa abundância é necessária, Sapabela. Todos querem que a criança aprenda a ler.
- Mas muitas não aprendem, Rospo! Pelo menos aqui no brejo.
- Talvez a mochila da criança ou a do professor estejam incompletas, Sapabela!
- Não entendi! 
- A criança põe em sua mochila o lanche, os cadernos, os lápis, a borracha...E o professor coloca na dele o livro, o Diário de Classe, o planejamento, a caneta...
- E o que falta, Rospo?
- Simples, Sapa, simples. É algo que está acima de qualquer método, qualquer teoria, qualquer experimento, no caso do professor, e acima de qualquer treinamento, quaisquer exercícios, no caso da criança.
- Diga logo, Rospo! Diga!
- A felicidade.

MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo 2010 -31

IRENE Y UPE (Las Negras)

IRENE Y UPE (Las Negras)
IRENE Y UPE (Las negras) - Guadalupe Muñoz - Óleo sobre tela - Madrid/ Espanha.
Guadalupe Muñoz é a mais recente artista divulgada em CASA AZUL DA ARTE.

SIC - REVISTA LITERÁRIA E CULTURAL

REVISTA CUBANA
PRECIOSIDADES  DE MINHA BIBLIOTECA

Já tenho dito que uma de minhas alegrias é visitar a minha pequena biblioteca caseira e encontrar algumas preciosidades. Uma delas é a Revista SIC, que recebi em Junho de 1999.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

ROSEMARY LOPES PEREIRA E O SONHO

ROSEMARY LOPES PEREIRA E O SONHO


Maria Thereza Cavalheiro
(Especial para CASA AZUL DA LITERATURA)



        O RADAR  foi um sonho que se interrompeu. E isso aconteceu em Dezembro de 2009, quando ROSEMARY LOPES PEREIRA adoeceu. E ela era a alma do jornal, a luz que se irradiava por suas páginas, a presença em tudo que era publicado - até nos anúncios, com dizeres bem elaborados. Rose ficou doente e a todos entristeceu. Sua voz enérgica, vibrante , calorosa, tornou-se tênue, abatida pelas circunstâncias. Rosemary sempre foi a imagem do idealismo, da coragem, da garra, da luta empreendida a cada número de O RADAR; sem ajuda oficial, sem verba nenhuma de político algum.


         Rosemary Lopes Pereira sempre foi a batalhadora por um mundo melhor através da palavra, da mensagem positiva, do amor ao próximo, à coletividade da bonita cidade de Apucarana, no Estado do Paraná. Uma urbe engalanada de cerejeiras, a oferecer suas róseas flores aos passantes. E Rose sempre a ofertar o brilho de sua criatividade, o bom jornalismo, o texto edificante, as enternecedoras crônicas; sempre pronta a elogiar tudo de louvável que acontecia na cidade e também a apontar o que podia ser melhorado.
        O RADAR foi fundado em 6 de Setembro de 1970 por Fernando Pereira, o esposo afetuoso que partiu cedo para o mundo das estrelas, e continuado por Rosemary. O filho do casal, Luiz Fernando, fez-se homem e colaborador do mensário; formou-se em Direito e História, apresentou brilhante tese de Mestrado, partiu para o Doutorado; é professor de História Social.
        Rosemary, em sua página "Literatura, Poesia e Comunicação", deu abrigo à nossa coluna "Trovas", que por mais de trinta anos teve lugar cativo em O RADAR, com enfoques de poetas e trovas de autores de todo o Brasil e também de Portugal. 'Trovas" agora prossegue no BALI, de Itaocara - RJ, com o apoio de seu editor, o Acadêmico Kleber Leite.
        A trova está pesarosa, com a ausência de sua benfeitora. Nós todos estamos pesarosos. Peçamos a Deus pela recuperação dessa criatura tão singular, que é Rosemary Lopes Pereira! Disse ela em uma de suas crônicas: " Não há honrarias, placa de prata ou discursos, que superem o apoio dos sonhos". E foi, talvez, pelos seus sonhos, que ela adoeceu. Mas as sementes que Rose plantou estarão sempre florescendo e tornando-se em frutos, para alimentar os sonhadores de todos os caminhos que ela percorreu com sua pena mágica. Que ela volte em breve a nos encantar com suas crônicas cheias de ternura e humanismo!




Créditos das fotos:
Rosemary Lopes Pereira - Cyana Barros
Cerejeiras de Apucarana - http://www.maucar.com.br/Apucarana.htm
Direitos Reservados

AS INESQUECÍVEIS REVISTAS

Um dos hábitos que o brasileiro carrega consigo é a leitura de Revistas, que sempre fizeram sucesso. Seja comprando ou apenas olhando-as nas bancas de jornais, o brasileiro tem um carinho especial para com essas publicações. Pela ordem temos: Uma das revistas históricas do Brasil, a Manchete, a seguir, a Sétimo Céu, que, ao lado da Capricho, da Grande Hotel, era destinada ao público feminino, e trazia mensalmente em suas páginas as inesquecíveis fotonovelas. E por último, a Fatos e Fotos, outra revista clássica do Brasil, que dividia a preferência do público com a Revista Manchete.

PARA NÃO ESQUECER - 1

Imagens contam a história de um país. Seria bom se tivéssemos apenas imagens de Carnaval, de Futebol, com seus campeonatos maravilhosos, que tanta alegria e ilusão trouxeram ao povo. Mas certas imagens também são importantes. Elas não falam do imaginário nem da felicidade de uma gente, mas sim de épocas, de momentos da história de uma nação. 
Nesta primeira postagem de 'Para não esquecer", temos, pela ordem, um anúncio de recompensa pela captura de escravos. Depois, a extraordinária escritora Patrícia Galvão, a Pagú, ao sair da prisão, e por último, o jornalista Wladimir Herzog, enforcado nas dependências do Exército. São imagens que realmente não falam do colorido do pais, mas sim de uma história, que a  memória deve preservar, para que jamais volte acontecer. Imagens do passado. Para não se esquecer.

ESCRITORES DO BRASIL - 1


Pela ordem,
Monteiro Lobato:
- Pioneiro da Literatura Infantil no Brasil, criador do "Sítio do Pica-Pau Amarelo", com seus personagens que até hoje encantam as crianças.

José Lins do Rego:
- Nasceu em 1901, no Estado da Paraíba, e morreu em 1957 no Rio de Janeiro. É autor de romances consagrados, como Fogo Morto, Menino do Engenho e Riacho Doce.

Carlos Drummond de Andrade:
Poeta querido do Brasil, o mineiro Carlos Drummond de Andrade é autor de livros de poemas e de contos. Entre suas obras, temos: Alguma Poesia (1030), Brejo das Almas (1934), Amar se Aprende Amando (1985), Contos de Aprendiz (1951) e O Avesso das Coisas (1988).

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