domingo, 28 de novembro de 2010

O NATAL NÃO DESISTE

   O NATAL NÃO DESISTE

 
"Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai-Noel..."

O Natal não desiste. Insiste a cada ano através dos tempos em descer o seu manto sobre a Terra. A maior festa da cristandade envolve os corações aflitos e endurecidos pelos cotidianos, enfeitando de amor e de esperanças os seres humanos.

Incentivado pelas artes, pelo cinema, pelo capitalismo por intermédio da avalanche publicitária que invade os lares pela telinha, não perde o seu brilho e a sua essência e se torna presente nas guirlandas que enlaçam corações.

O poeta já quis que o manto natalino trouxesse de volta a poesia ao coração do homem, e muitos desejam em meras palavras ou em frases profundas que o espírito do Natal permaneça durante o ano em todas as almas. Ilusão. Mas não custa sonhar.

Para muitos o Natal ultrapassa o espírito religioso e torna-se uma festa universal, aproximando-se da passagem dos anos.

Com elementos extraídos primordialmente dos festejos chamados de Saturnálias o Natal agigantou-se pela inefável necessidade humana de viver em clima de amor. E sempre insuflou no espírito do Ser uma gratidão amorosa para com a vida, que se depois é dissolvida pela rotina extenuante retornará no próximo dezembro.

Intempéries, agruras, luta, suor e sofrimentos não conseguem apagar a beleza indelével da data, que não é alusiva.

O outro lado do Natal? Sim, o comércio investe profundo, e todos embarcam na vontade sincera de dar presentes e depois se emaranham com dividas alongadas. O cartão de crédito é um grande auxílio no investimento do coração. No fundo a grande maioria gosta mesmo é de presentear, embora ganhar presentes também seja algo reconfortante; no gesto de presentear está a certeza de que por alguém somos queridos.

E as crianças? Para elas o evento é mágico. Mas o nosso é feito de imagens oníricas, de sonhos de neves. Não vivemos num país de nozes e neves. Ora, todos os simbolismos atravessam o tempo e se tornam partes da magia. A magia não tem nacionalidade. Por isso quando o presidente reeleito da Venezuela proibiu qualquer referência ao Papai-Noel por considerá-lo americano, cometeu um erro monstruoso. Natal não combina com política.

E que o bom velhinho Nicolau continue a reinar, não como um símbolo capitalista, mas de encantamento.

Que todos possam ter um Feliz Natal, da forma como ele possa ser concebido em cada coração. 







MARCIANO VASQUES

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