sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O AMOR É NEUTRO?

— Rospo, o amor é neutro?
— A qual amor se refere?
— Ao romântico...
— O amor verdadeiro certamente não é neutro...
— Dizem que o amor é cego.
— Nessa "cegueira" reside a tal neutralidade...
— Por que o amor verdeiro não é neutro? Ou cego?
— Porque ele não nubla os olhos do coração...
—  Da razão?
— Não! Do coração mesmo. A razão do amor é sempre a do coração...
— Fale dessa tal "neutralidade" do amor verdeiro...
— Verdeiro, não! Verdeiro vem de verde, de enverdecido...
— Eu quis dizer "verdadeiro", mas digitaram errado...
— Gosto de Metalinguagem, mas vamos direto ao ponto...
— Meu ponto sempre são três...
— Sei, as reticências... Mas, vamos ao amor...
— Agora?
— Sapabela! Pare de brincar... Ele não é neutro porque os olhos conseguem ver o ser amado em sua real dimensão...
— Entendo, e o ser amado se apresenta como ele realmente é... Mas sonhar é bom, Rospo!
— Mas os sonhos não podem distorcer a visibilidade... Já soube que uma sapa continuava apaixonada pelo namorado... que havia "maltratado" uma sapinha...
— Ela continuou apaixonada por um sapo que maltratou uma criança?
— Sim, e continuou se dedicando a ele enquanto a sapinha teve a infância destruída... E ele também atirou uma pedra no olho de uma cachorra e a cegou... E ela continuou apaixonada...
— Esse amor, que é neutro, é um amor imperfeito, uma anomalia do amor... Um desvio da ideia do que seria uma amor autêntico... O amor verdadeiro não admite essa neutralidade, essa cegueira...

HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 364

Marciano Vasques

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