sexta-feira, 27 de maio de 2011

O ZELO LÚDICO

Rospo e Sapabela passam diante de uma escola...
— Como são altos os muros!
— É o espírito da época, Sapabela...E assim também os sapinhos crescem aprendendo... a conviver com muros...
— Estive pensando uma coisa...
— Diga, minha querida...
— Educar um sapinho é incendiar um mundo...
— Certamente... E para causar esse incêndio o educador tem que expandir o seu olhar... da alma...
— Sim, além de educar a dor, para a dor do mundo, tem que se mover num trânsito que o leve para o mundo da alegria, da magia e do belo...
— Tem algo que não deve faltar na Educação...
— Diga o que é, Rospo.
— O zelo...
— Certamente, sem zelo pelo aprendizado do sapinho, pelo conteúdo pedagógico...
— Mais além, Sapabela... Mais além...
— Então diga... Por favor.
— O zelo lúdico... O zelo lúdico...
— Que bonito, Rospo! Nem sabia que isso existia...
— Até a alegria deve ser ensinada...
— Mas o sapinho já nasce com a alegria no coração...
— Sim, mas ensinar a partilhar a alegria é um dom...
— Entendo, e o educador não pode se ausentar dessa sua condição maior... Ele deve zelar pelo lúdico... O tal zelo lúdico realmente existe e é necessário...
— Naturalmente. O zelo lúdico deve acompanhar as primeiras garatujas, os primeiros contornos, e quando o olhar pousar nas páginas de um primeiro livro,  esse olhar deverá ser lambuzado de cores, então, no contato com o sapinho, o educador não deverá se emaranhar nas apostilas desprovidas do lúdico... Pois o zelo para com o desabrochar da leitura está além delas.



HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 589
Marciano Vasques
Leia CIANO

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