segunda-feira, 23 de maio de 2011

SWASTIKA

Está no ar o filme "Swastika", do judeu Philippe Mora. 
A película, na realidade um documentário com filmagens caseiras realizadas por Eva Braun, e outras, preservadas em arquivos, como o arquivo militar americano, mostra Adolph Hitler em sua intimidade.
A obra, com imagens impressionantes, um retrato arrasador sobre a ascensão do partido dos trabalhadores na Alemanha, nos faz refletir sobre esse odioso inconteste mal que foi o Nazismo, e ao mesmo tempo nos arremessa a incômoda pergunta: a quem interessou nos fazer acreditar que Hitler foi um louco em vez de um homem simplesmente humano, e até amoroso em sua vida cotidiana? Um homem que se tornou líder de algo monstruoso: um horror chamado Nazismo.
O filme, em cenas reais, nos mostra Hitler em sua intimidade, brincando com as crianças e, como bem diz o crítico da Folha, André Barcinski: "Uma Imagem vale por mil palavras"; principalmente nesse caso.
Ao ver o líder militar distante dos discursos nazistas, a consciência se alarga, e com ela a compreensão de coisas que nos foram ocultadas.
Talvez tenha sido interessante para quem quer que seja que acreditássemos que Adolfo Hitler fora um louco em vez de um sujeito  normal. Todos deveriam assistir, pois, entre outras coisas, o documentário nos mostra como a população alemã abraçou o nazismo. E também pode servir de fundo para uma discussão sobre os parâmetros de normalidade, pois atualmente, em nossa sociedade,  muitos consideram normalidade um jovem exercer a violência virtual em games de atiradores que matam, além de outras coisas que traçam um quadro nada harmonioso em nossa sociedade. Atitudes isoladas como atear fogo num mendigo poderiam ser enquadradas num padrão de normalidade? Pessoas que cometem atrocidades na vida pública e brutalidades, ou incentivam linchamentos quando estão no coletivo, seriam, na intimidade de seus lares, amorosos com suas famílias?
Jéssica Lima, responsável pelo blog Publicidade em rosa bem lembrou que uma propaganda antiga da Folha mostrava algo assim: Um jovem que amava a pintura e as artes, que elevou o orgulho de seu povo, etc... A propaganda é reproduzida acima.
Deixo aqui as palavras de Philippe Mora, extraídas do artigo de André Barcinski:
"Se você pensa em Hitler como um ser de outro planeta ou um demônio sobrenatural, você não conseguirá perceber quando um outro Hitler surgir".

Marciano Vasques

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