terça-feira, 30 de agosto de 2011

PARA AGOSTO DIZER


PARA AGOSTO DIZER


Vi
Sua luta sincera
Sua vontade latente
E o sol espalhando as ramas
E os remos levando os caiçaras
No rio.
E as crianças, as iaras.
Eu rio.

Acompanhei
Seu choro abafado,
Valente,
Sua dor no mormaço
Sua palavra arrancando
Um verso
No bagaço do inverso.

Talvez tenha sido eu
Aquele assovio
Entre as folhagens.
A ventania, a fumaça, a poeira.
E as fúrias, os ciúmes
E os gritos
Do cotidiano.

Talvez, um cigano,
Um artista circense,
Um engano,
Vou, molambo
Em mocambos,
E me lambo no próprio poema
Ausente.

Edifícios, igrejas,
Diversões, livrarias.
Meu olhar se perde
Na imensa aventura.


MARCIANO VASQUES


Um comentário:

  1. "Meu olhar se perde na imensa aventura..."
    Teu poema assim como tudo que escreves é uma "imensa aventura.."
    Luz
    ana

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