segunda-feira, 26 de setembro de 2011

SENSO COMUM?


Rospo e sua amiga se encontram.
—Sapabela, estive pensando em algo que a maioria tem.
—Isso é fácil! Senso comum.
—Acertou! Está inspirada hoje?
—Hoje é o dia lunar, certo?
—Muito bem, e agora, obviamente, fale de algo que a minoria...
—Bom senso!
—Impressionante!
—Agora eu queria falar de Pleonasmo...
—O que tem a ver com nosso assunto?
—Tem sapo que diz: a grande maioria.
 —Verdade. Isso não existe. A maioria já é grande, ou seja, maioria é maioria. Não precisa dizer que é grande. Isso é redundante. É mesmo pleonasmo.
—No caso do bom senso...
—O que tem ele?
—Podemos dizer que é um senso raro?
—Naturalmente até podemos.
—Podemos dizer também Senso zero?
—Sapabela, pare de ser pessimista!
—Rospo, essa coisa de "Zero" não pode ser aplicada a tudo. Concorda?
 —Concordo e com barbante.
—Por exemplo, em nossas falas, nas coisas que dizemos.
—Não podemos ser dietéticos em nossas manifestações de afeto, não podemos faltar com a doçura das nossas expressões... É isso?
—Pois é, meu amigo. Mesmo para tratar de assunto áspero, prefiro sempre açucarar a voz.
—Pois que assim seja. Meus ouvidos geralmente estão indispostos para vozes amargas...
—Mas voltando a questão do "Bem senso", ele praticamente não existe. Será que é a própria raridade? Sendo assim, seria redundância dizer: O raro bom senso.
—É o efeito lunar, Sapabela?
—Não, é a fuga mesmo!
—Fuga?
—Vivo fugindo do senso comum.
—Sapabela, isso é uma fuga fenomenal. Bem, dizer isso é redundante.


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 683
Marciano Vasques


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