sábado, 15 de outubro de 2011

BARCO

Vê aquele barco a deriva? Lá vai ele, nem sonha em temer as ondas que virão, os novos temporais, e tem uma paixão pelas espumas do mar!, que se pudesse levava em seu coração o oceano inteiro. Vê? Lá vai ele, um barco, na perplexidade de seu casco, lá vai, trepidando, balançando, derivando de si a dor de ter sido em seu coração. Um barco, o que é afinal? Lá vai, diriam, é um barquinho de papel, é o vulto de um navio ao entardecer quando o ocaso explode nos mistérios do porto. Que sei eu da vida quando aponto aquele barco que já some no horizonte?, quando a sua presença se mistura nas águas a tal ponto que não se sabe mais o que é barco e o que é mar.

MARCIANO VASQUES

Um comentário:

  1. Mesmo trepidando, mesmo balançando, é bom que no ondular da vida se continue sonhando.

    Gostei muito de ler o seu texto Marciano Vasques.

    Um abraço
    oa.s

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