domingo, 16 de outubro de 2011

MENINO, VARANDA, AVÓ

MENINO, VARANDA, AVÓ

Alegria alegre no meu coração brincou,
Fiquei desconfiado
Que fosse uma felicidadezinha.

E o tempo me falou
Que era mesmo a tal.
Ainda bem que não bobeei.
Bobeaste tu?

O Sol aqueceu
Meu coração que guardava segredinhos
E segredões
Para quando eu crescesse
E um escritor
Pudesse ser,
De alma de cigano,
Tipo o do livro de pano.

O "sol" que se achegava
Era um fiapinho de calor
Na manhã avarandada.

Sorri!
Que anunciem os tambores!:
Um menino sorriu!

Sorriso serelepe,
Que seja,
Acanhado
De acanhamento
De apaixonado
Pela professora.

É que aquela moça
Não saía do pensamento.
E já que a vida era um caminho suave!...
Ter uma paixão para pensar na hora do café com pão...

Sonhar era uma cortesia da vida
Que se esbaldalva de viver.
Eu não perdia o tempo de correr
No riacho de girinos,
Nos raios que se infiltravam
Nas folhagens,

Para recolher
Essa dona vida assim tão cortesã.

Sorri!
Olhei para tudo,
E tudo era meu.
As folhas dançando,
Balançando
Na infinita gangorra
De nome tempo.
—Deixe o menino brincar na varanda
O tempo que ele quiser!

Essa sabedoria é só de avó.

MARCIANO VASQUES

2 comentários:

  1. "As folhas dançando...Na infinita gangorra do tempo"
    Que belo poema... Cortesia da da vida, cortesia da Casa Azul.
    Lindo! Lindo!

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  2. Sabedoria, Avó, duas palavras que preenchem o meu coração.

    abraço
    oa.s

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