terça-feira, 29 de novembro de 2011

MISTÉRIOS QUE APROXIMAM



Já no arco da noite, Sapabela, num dos acasos encontra o amigo Rospo, embevecido das luzes de neón,
—Rospo, parece feliz ao "sorver" as luzes da cidade, e caminha pela calçada como se estivesse numa leveza de consciência.
—É assim que me sinto, Sapabela.
—Sente necessidade de amar alguém, Rospo?

RETALHOS

CONCHAS



RETALHOS FLORESCIDOS

Cato sinas e fados
Nas minhas andanças
E as danças ciganas
Do meu caminho
Dizem sol, luar, terra meiga.
Mar.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

HOJE TEM BOLO DE CENOURA

Sapabela atende ao celular:
—Rospo! Que saudades!
—Sapabela! Liguei para dizer que tenho reparado que ultimamente você anda muito arisca. O que está acontecendo?
—Nunca ouviu falar, Rospo, que tem uns dias em que a Sapa fica um pouquinho de mau humor?
—Verdade. Que aroma é esse, Sapabela? É a minha fragância preferida? Bolo de cenoura?
—Isso mesmo, Rospo! Estou fazendo bolo de cenoura. Sei que gosta. Venha em casa. Poderemos assistir a um filme, ouvir música, jogar xadrez.
—Posso ir?

O BARULHO DO TREM

Na estação ferroviária, Sapabela despede-se do amigo Rospo.
—Estou tão feliz, Rospo! Será uma grande experiência de vida trabalhar na ONU, na comissão dos Direitos Humanos.

A AMIGA EXPERIENTE DO ROSPO

Rospo encontra a velha amiga  Sapabela, logo na segunda, o dia da Lua.
—Sapabela, que linda! Lilás é minha cor preferida. Obrigado!
—Não entendi o agradecimento, Rospo! Estou com um vestidinho lilás porque também gosto.
—!
—Não fique jururu. Estou brincando. Bem sabe que aprecio e torço pelos seus elogios.
—Ainda bem! Sabe aquela amiga minha, lá da praça?

domingo, 27 de novembro de 2011

AMIGOS MANDAM FLORES

Flores de Nil Medeiros.

LENDA BOBA, CAÇADORES E GUERREIROS



Domingo florescendo e lá ia a Sapabela, calçada afora, desencadeando poemas e pensares, quando encontra o querido amigo.
—Rospo! Agora sim meu domingo cresceu. Encontrei a minha novidade da alegria de viver!
—Sapabela! Assim me deixa sem jeito.

sábado, 26 de novembro de 2011

ÁGUAS

Astros e ostras
Num mar arisco.
Um  marisco luta
para sobreviver
Às braçadas
Das implacáveis
Ondas.

É HOJE!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

ELA É ÚNICA!

—Rospo, meu bem!
—Sapabela, minha querida. Que bom encontrá-la! Hoje é sexta-feira! Ninguém é de ninguém. Vamos tomar um sorvete, andar pelas calçadas, vamos conversando, vamos?

FLORES

De: Nil Medeiros

DÊ À SEXTA O QUE É DA SEXTA



—Rospo, a vida não é só amor, sexo, alegrias...
—Claro que não, Sapabela!
—Ainda bem. Diga uma coisa então.
—Calma, Sapabela. Deixe-me pensar.

ACERTANDO OS PONTEIROS?

—Sapabela!
—Rospo! Que alegria revê-lo!
—Bonito esmalte! Essa cor combina
com o lilás que está usando.
—Estou?

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O SAPO QUE NÃO SABIA USAR NINGUÉM

—Sapabela!
—Meu amigo querido. Anda um pouco triste. O que acontece? Bem sabe, e digo isso com os olhos Marejados: sou sua amiga sempre.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

SAPABELA SEMPRE ATENTA

—Sapabela!
—Meu querido amigo! Eu o vi lá na praça ontem à tarde conversando com uma sapa.
—É uma conhecida minha. Ela contou-se que tem muita experiência de vida e que jamais põe outras sentimentos diferentes na amizade. Diz que sentimentos atrapalham.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

NA LIGEIREZA DA VIDA FESTEJADA

—Sapabela! Quero abraçar você!
—Abraço de um amigo. É o que estou necessitando.
—Minha querida amiga.
—Rospo! Solte-me, querido! Esse abraço já está longo e muitos sapos na praça olhando.

SAPABELA BOA DE PORCENTAGEM

Sapabela surge cantando uma antiga marchinha  de Carnaval:
—"Daqui não saio, Daqui ninguém me tira..."
—Algum ministro, Sapabela?
—Nada! É música do meu vestidinho.
—Por que a canta?
—Porque sabia que nos encontraríamos e já sei o que irá você dizer.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

AZUIS

Autor: Cássia Rizzato

sábado, 19 de novembro de 2011

CONVITE

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

HOJE É SEXTA, E EU SOU SÁBADO!

—Sexta-feira, um fiapo de inverno em plena primavera e lá ia a Sapabela. Vestidinho rosa, ideias a todo o vapor na cabeça, um pouco atrapalhada com alguns compromissos e afazeres. Receosa por não dar tempo de preparar o sábado. Encontra um velho conhecido, e claro que a conversa rola  e se estica como fio de novelo em olhos de gato.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

NO APRENDIZADO DO SORRISO

—Sapabela!
—Rospo!
—Que me conta?
—Minha amiga diz que sabe totalmente educar uma sapinha.
—Bom saber que tem sapas que sabem totalmente uma coisa tão complexa.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

FLORIFICANDO UM AZULEJO

Flores de Marli Giacomozzi

terça-feira, 15 de novembro de 2011

AS PALAVRAS, MEU BEM

Guaco, malva,
Estrela D´Alva,
Hortelã, romã, romance,
Ancinho.

O NAMORADO LOUCO

Desengonçada lá ia a Sapabela coraçãozada de "domingo", quando encontra, num simples acaso, que assim é feita a vida, o amigo Rospo.
—Que frio, companheiro!
—Não precisava tanta roupa!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

INEXORÁVEL

INEXORÁVEL



Quando disseste algo que entendi "Te amo",

VIDAS QUE SE TECEM

Talvez, sem me dar conta,
Tenha agradecido ao infinito
Ao tocar teu corpo.

domingo, 13 de novembro de 2011

PAPINHO DE CARTOLA?

—Sapabela?
—Chamou, querido?
—Chamei, quer dizer, queria falar com você.
—Estou aqui, sou sua amiga. Diga, Rospo.
—Você é minha amiga preciosa.
—Isso me deixa feliz. É bom ser uma amiga preciosa quando se poderia ser...

AMIGOS NA PRAÇA É DOMINGO DE GRAÇA



Domingo a todo vapor. Azul anilado, e promessa de alegria, pedindo cachimbo e sapos felizes. E lá vai ela, Sapabela, vestidinho, flor de azulzinho de miosótis no cabelo, que ela tem sim, alguns fios, e na praça, encontra o velho amigo, saboreando um livro.

PROPAROXÍTONA MÁGICA

PROPAROXÍTONA MÁGICA



Acordei pensando numa proparoxítona mágica. Não sei ao certo o que invadiu a minha alma portuguesa nesta manhã. Talvez haja uma palavra que exprima com exatidão, como sempre houve, desde quando surgiam feito terremotos, entre os lilases dos corações das bananeiras e as crinas na lonjura esvoaçando, no vento que roçava meu rosto e agitava as águas.

sábado, 12 de novembro de 2011

ENCANTO E OUTRAS CONVERSAS

—Sapabela! Hoje é sexta!
—Já sei: ninguém é de ninguém.
—Isso também, minha flor, mas tem algo a mais.
—Diga então, que sou toda Sapabela.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O REMÉDIO DO COTIDIANO

—Sapabela!
—Rospo!
—Vamos ver quem se apaixona primeiro?

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

REENCONTRO NUMA PRAÇA

—Sapabela! Que vontade de aplaudir!
—Aplaudir o que, Rospo?
—A sua chegada, o nosso  encontro. Isso merece aplauso.
—Se começar a aplaudir dirão que é maluco,  a praça está repleta.
—Aplaudo então com o olhar, olhando você, seu vestidinho branco. É a primeira vez que usa branco. Deve ter algum significado.
—Não, meu querido. Apenas considerei o vestido muito bonito, e quis usá-lo, mas não deve estar combinando com a fita nem com os brincos. Sou assim mesma, já sabe. Não combino nada. E quando vou organizar, acabo desorganizando tudo. Meio atrapalhadinha, não é?
—O  papo do vestidinho não me convenceu. Para a sapa uma cor jamais será em vão. Se está de branco, em vez de azul, algo quer dizer. Talvez seja uma forma de começar o seu enluarar-se.
—Rospo! Um sapo tem de observar tudo! Não reparou o azul na fita?
—Vi, Sapabela. Mas o branco está predominando. Deixe-me apertar a sua mão.
—Estava demorando, Rospo, meu doce amigo.
—Sapabela! Que quentura! Isso é quentura de querer.
—Não estou querendo nada que sua mente ligeira esteja supondo.
—Não supus nada. Apenas que isso não é quentura de ficar em casa.
—Nisso tem razão, meu querido. Abra os braços! Vamos ao teatro. Cinema.
—Agora não dá mais. Vamos ficar aqui na praça.
—Rospo?
—Sim?
—Não vai me convidar para um sorvete?
—Vamos?
—Já indo! Adoro tomar sorvete na calçada.
—Eu me contento com a calçada.
—Que está querendo dizer?
—É que lembro das janelas...
—Tomar sorvete na praça, na calçada. Isso é um privilégio. No teatro, que infelizmente não podemos ir hoje, as coisas são faladas no palco. E aqui, no sorvete nosso, são faladas de olhar para olhar. Isso não tem preço.
—Sapabela. Felizes os que podem viver um pouco que seja da noite. Assim somos nós.
—Posso dizer algo?
—Sapabela. Se tem uma coisa proibida entre nós é pedir permissão. Diga!
—Você é desconcertante.
—Talvez por isso ainda não fomos a um concerto.
—Rospo, veja a lua!
—Ela é um satélite, sabemos disso, mas é mais do que um satélite.
—O que é a lua então?
—A mais doce testemunha dos amores confessados, e também dos sorvetes nas noites de olhares que aplaudem. Sapabela. Obrigado pelo lindo vestidinho branco.
—Pus porque eu gostei, Rospo.
—Eu sei, mas eu gostei porque tive o privilégio de ver, e por isso agradeço, que agradecer é tecer amavelmente.
—Rospo, não se afaste jamais. Meu amigo adorável.
—Sapabela. Sou o sapo mais sortudo e feliz do mundo.
—É?
—Religiões, mitologias  e crenças dizem que anjos existem...
—E daí?
—Descobri que  um deles adora sorvete.
—Está muito sensível, Rospo. Parece que enfeitou a alma com boleros.
—"Ela sempre acerta!"...


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 696
Marciano Vasques

sábado, 5 de novembro de 2011

ESOTÉRICA FRAGILIDADE

 ESOTÉRICA FRAGILIDADE

Éramos inflorescências!
Em nossos agasalhos, nossas confissões.

Éramos uma indecência cristalina.
Meu coração inerme e sem destino.
Éramos uma inocência de menina.
Almas devassas e clandestinas.

Explodir feito um Challenger.
Verter a dor que ser tarde faz.
Sem saber como usurpar
A inutilidade desta dor.

Apeguei-me facilmente
A um amor sazonado.
Eu, herética paixão dos solitários!
Exótica placenta da poesia!

O vento que clamo produz você.
Qualquer carícia usual
Bastaria agora.

No entanto, emigro.
Como enigma nos portos,
Nas docas dos amantes.


Morrer no que vive enquanto parte!
Deitar na catártica luz
Que produz
A parceria que se elegeu para ser essencial.
Tenho ideias esotéricas, fugazes, azuladas,
Do que seja partir.
E as mãos seduzidas
Pelo fulgor da sua ausência.
Que vendavais serei?
Se travei batalhas para adiar a paz
De um seguro cais,
Revés da mescla habitual e insípida?

Agonizantes e instintivos feixes
Que brotarão
Na perplexidade
Da noite profusa
Que nas constelações,
Em sua pele,
Sob o céu da beira do país,
Retém a esotérica fragilidade .


Marciano Vasques

Série: POEMAS ANTIGOS —Janeiro 1986

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

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