quarta-feira, 23 de novembro de 2011

SAPABELA SEMPRE ATENTA

—Sapabela!
—Meu querido amigo! Eu o vi lá na praça ontem à tarde conversando com uma sapa.
—É uma conhecida minha. Ela contou-se que tem muita experiência de vida e que jamais põe outras sentimentos diferentes na amizade. Diz que sentimentos atrapalham.
—E daí? E não é contou-se, é contou-me.
—Não! É contou-se, pois ela se abriu na palavra. Ela expôs o que pensa, ela se revelou. Falou de si. Contou-se. E ao ouvi-la, notei que no caso,  a experiência é que atrapalha.
—É mesmo?
—Sim, o fato de talvez ela ter feito escolhas erradas na vida, e observe que eu disse o "talvez". Então, por essas supostas escolhas erradas na vida, ela esgotou seu estoque de tentar novas aventuras de amor, e assim, penso eu, perde, quem sabe, a chance de conhecer um sapo diferente.
—Interessante.
—Também considerei assim.
—Por demais interessante.
—Estou estranhando esse olhar querida.
—Prossiga.
—Essa palavra para mim é mágica.
—Realmente, a experiência a impede de conhecer um sapo diferente.
—Verdade, ela tem muita experiência.
—Rospo!
—Que foi?
—Por acaso o tal sapo diferente estava lá na praça?



HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 —706
Marciano Vasques

Um comentário:

  1. AHHHH! Esse sapo diferente é experto mas a Sapabela é bem mais. Adorei!
    Luz!
    Ana

    ResponderExcluir

Pesquisar neste blog