quarta-feira, 25 de abril de 2012

A QUARTA REGIÃO

—Aprecio você sem moderação, Sapabela.
—Que papinho é esse, Rospo?

—Aprecio a sua prosa, a sua interação, seu ânimo para com a vida, sua coerência...
—Tudo isso, Rospo?
—Muito mais ainda.
—Fico feliz com seus comentários, meu amigo.
—E fique tranquilo que não é uma cantada.
—Não é?
—Não.
—Nem tudo é perfeito.
—Como disse?
—Nada. Foi ver "Na Ceia com Maria Tricota e Borbotono"?
—Fui. Que elenco!
—Também adorei. Rospo, Pensa que a vida é um teatro? Será que somos atores na imensidão insondável?
—Somos protagonista de algo intenso.
—Diga.
—Tem três regiões que atiçaram o olhar do sapo. A quarta está esperando.
—Fale sobre isso, Rospo.
—O sapo olhou para a floresta e inventou criaturas assustadoras, histórias  de aventuras e perigos. Ele encheu as matas de mistérios e lendas.
—E depois?
—Olhou para as águas, e criou até um deus do mar, além de serpentes gigantescas, sereias, e criaturas fantásticas.
—E a terceira região?
—O céu, o alto, o espaço infinito, as estrelas, e inventou viagens interplanetárias, "guerra nas estrelas", alienígenas, catástrofes siderais...
—E a quarta região, meu querido?
—Dentro dele. Agora, quando o seu olhar se voltar para dentro de si, veremos o que irá acontecer.
—Provavelmente, poderá encontrar as criaturas mais medonhas, feitas de inveja e dos mais tristes sentimentos.
—Com certeza, e também, quem sabe, o amor.
—O amor que neutraliza todos os temores...
—Exato, no quarto reino talvez esteja a chave da felicidade, o grande encontro do ser.
—Ou dependendo, ele fugirá de si mesmo.




HISTÓRIAS DO ROSPO 2012  — 780

Marciano Vasques

Um comentário:

  1. Aprecio você sem moderação, Sapabela.
    —Que papinho é esse, Rospo?
    esse Rospo é mesmo impossivel né Sapinha Bela,
    bju a todos, tere.

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