quinta-feira, 27 de setembro de 2012

NUMA QUINTA SABADOFICADA


NUMA QUINTA SABADOFICADA




Rospo!
Sapabela, belo encontro!, numa revoada de versos...
Não estou vendo versos nenhum...
Versos são as possibilidades salpicadas pelo momento... Basta erguer os olhos...
Erguer para o céu? Para o alto? Realmente o azul inspira...
Erguer para dentro, para dentro de si, o tal mergulho... Que faz florescer a possibilidade poética além da aspereza... Lembre-se do inexorável tempo... Valemos por cada mergulho...
Rospo, tem um amigo passando por momentos de tristeza e dor ao lado de seus parentes...
Já o visitei. Levei minha mensagem...
Cada um tem a sua mensagem. Quando alguém vê a possibilidade de sua mensagem ser soterrada nas indelicadezas do tempo, volta-se para o destrutivo... É a velha realidade: Se o ser for impedido de amar, irá semear o ódio...
Viajando, linda?
É... Spinoza, Erich Frohmm...
E então...
Sei, fale da sua mensagem ao seu amigo...
Disse a ele que deverá transformar a sua energia em fonte de consolo, de força e coragem para os seus... Quem ama cultiva e cativa o amor que recebe em forma de alento...
Rospo, já se sentiu enganado?
Quase sempre: é uma constante...
E como reage?
Às vezes me contam mentiras...
E como reage?
Como sabe, só os amigos nos enganam... Os inimigos não.
E como reage?
Às vezes encontramos cobras no caminho... Sem chocalhos...
E como reage?
Às vezes, respostas padronizadas....
E como reage?
Ora... Sou pleno de diplomacia e finjo que acredito...
Rospo, diga uma coisa que só parece mas não é!?
Uma sapo que às vezes parece bobo, mas não é... Só finge que é bobo...
Está inspirado hoje, meu amogo?
Amogo?
Desculpe, misturei amor com amigo e deu amogo... Às vezes, isso acontece...Já disse que sou atrapalhada...
Um pouquinho...
Pouquinho, não, Rospo! Nada sou pela metade. Sou atrapalhada por inteiro. E por isso sou feliz.
A poesia brota de você... em você...
No azul e no mergulho... Ela está em todos os lugares, dentro e fora, no eixo...
Que doçura de conversa, amiga! Faz tempo precisava de uma manhã de sábado assim...
Hoje é quinta!
É verdade! Às vezes me distraio e algum dia da semana se transforma num sábado.
Vamos, que preciso comprar pão na padaria Rubi.
Eis um belo exemplo de mnemônica.
Não entendi...
Rica de diplomacia também, não é? Eu quis dizer que “Padaria Rubi” ao amanhecer faz lembrar licor de anis ao anoitecer...
Isso mesmo! E você sabe: acabei de inventar um provérbio antigo.
Diga, querida.
Primeiro o pão, depois o licor.
Yupiiii!
Meio fraquinho esse Yupiiii! Tem que ser assim: Yupiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
O que deu em você, hoje, Sapabela?
Só alegria pura. Estou simplesmente me abandonando ao barco da poesia que vai serenamente rio adentro...
Serenamente?

HISTÓRIAS DO ROSPO 2012    — 829
Marciano Vasques





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